giovedì, ottobre 30, 2008

venerdì, ottobre 24, 2008

um trago de um bom vinho

Um poema com 23 anos que tal como o vinho vai ganhando corpo com os anos.
De vez em quando, dá-se mais um golinho e o sabor é um requinte para quem o lê.
Quando ironicamente me disseste "deixa-me rir" e as gargalhadas mutuas foram genuinas, sabiamos que a seguir ao alcool vinha a musica. lá começamos nós no "deixa-me rir", passando pela "terra dos sonhos" arriscando o "jeremias" e com quase todo o reportório na ponta da lingua, fizemos que a noite se rendesse a nossa felicidade. Contagiamos quem estava por perto, arrancamos palavras com sentido das bocas bem bebidas e fixamos, perto daquele carro, linhas rectas de passos tortos que vinham ao encontro do entusiamo que nos atordoa - a canção de Lisboa.
(para ti Kiki)

Deixa-me rir
Essa história não é tua
Falas da festa, do Sol e do prazer
Mas nunca aceitaste o convite
Tens medo de te dar
E não é teu o que queres vender, não

Deixa-me rir
Tu nunca lambeste uma lágrima
Desconheces os cambiantes do seu sabor
Nunca seguiste a sua pista
Do regaço à nascente
Não me venhas falar de amor

Pois é , pois é
Há quem viva escondido a vida inteira
Domingo sabe de cor
O que vai dizer Segunda-Feira

Deixa-me rir
Tu nunca auscultaste esse engenho
De que que falas com tanto apreço
Esse curioso alambique
Onde são destilados
Noite e dia o choro e o riso

Deixa-me rir
Ou então deixa-me entrar em ti
Ser o teu mestre só por um instante
Iluminar o teu refúgio
Aquecer-te essas mãos
Rasgar-te a máscara sufocante

Pois é, pois é
Há quem viva escondido a vida inteira
Domingo sabe de cor
O que vai dizer Segunda-Feira

Jorge Palma