martedì, dicembre 26, 2006

âmago 7

"Possuir é o mesmo que conhecer: a Escritura tem sempre razão. O amor é feiticeiro; conhece os segredos; vedor, conhece as fontes. A indiferença é vesga; o ódio cego; tropeçam lado a lado no fosso do desprezo. A indiferença ignora; o amor sabe; decifra a carne. É preciso possuir um ser para ter a oportunidade de o contemplar nu. Foi-me necessário amar-te para compreender que a mais medíocre ou a pior das pessoas humanas é digna de inspirar o eterno sacrifício de Deus, lá no alto."

Marguerite Yourenar, Fogos

lunedì, ottobre 30, 2006

Saudosismo

"UM ROSTO

Apenas uma coisa inteiramente transparente, o céu.
Por baixo dele a linha obscura do horizonte nos teus olhos, que pude ver ainda
através de pálpebras semicerradas, pestanas húmidas da geada matinal,
uma névoa de palavras murmuradas num silêncio de hesitações.
Há quanto tempo,tudo isto?
Abro o armário onde o tempo antigo se enche de bolor e fungos;
limpo os papéis, cartas que talvez nunca tenha lido até ao fim,
fotografias cuja cor desaparece, substituindo os corpos por manchas vagas como aparições;
e sinto, eu próprio, que uma parte da minha vida se apaga com esses restos."

Nuno Júdice



Será este o grande significado das nossas conversas diárias?
As recordações que nos sufocam com o bolor e nos fazem adoecer com as camadas de pó que o tempo vai fazendo aumentar. As caixas com cartas, bilhetes do cinema, de avião, autocarro, museus, fotografias, toalhas de mesa rasgadas, pedrinhas da praia e mil coisas a que me apego. São as minhas memorias materiais, que guardo dentro do tal “armário” e nas quais vou remexendo para me lembrar de ti, ou de ti, ou mesmo de ti..todos a quem pertenci, namorados, amigos, momentos..
Agora ganham pó, fazem-me tossir quando lhes toco, mas o próprio cheiro que guardam, recriam os filmes, as historias; e tudo é apresentado à minha imaginação quando fecho os olhos, como um filme mudo passado em sequências de frames com alguns intervalos entre eles. De olhos fechados, consigo sentir a presença daquela enorme maquina de projecção sem projeccionista a traz de mim, a sala preta e os meus sonhos em exibição na tela branca a minha frente.
É fascinante quando abrimos o armário onde estão as caixas empoeiradas e fechamos a nossa caixa de Pandora, aquela que vive permanentemente connosco, cheia de medos, perversidades, vícios..
Basta repousar a visão e entramos na maior sala de cinema que conhecemos.


martedì, ottobre 24, 2006

horas mortas

tenho saudades de estar horas a escrever..mas ultimamente tem sido dificil

sabato, settembre 02, 2006

Lou Salomé

E ouvem-se neste instante as pancadinhas de Mollier. Aquele sinal sonoro que todos reconhecem! O sinal de silêncio para quem aciste e o inicio de acto para quem se apresenta em palco.
Ouçam então as pancadinhas porque a senhora que se segue a Mary Wigman é Lou Salomé.
Nenhuma destas senhoras das artes e/ou das letras precisa de ser apresentada, ambas fizeram história muitas vezes por de traz de nomes masculinos bem sonantes.
Considero que ainda hoje têm um papel fundamental, talvez não para a evolução da robusta maquina social, mas para a simples evolução do meu blog e por isso, sem biografias, aqui as vou apresentando :)
Com o tempo, mais senhoras serão apresentadas. Estas, ilustres desconhecidas para muitos, apenas vistas como madames bem parecidas de retrato antigo para outros, tomaram um importante lugar na escada do conhecimento de quem se interessar ler sobre elas mas por fim, conseguem o pódio neste blog.

O deslumbramento que a figura de Loise Salomé provocou sobre os intelectuais mais importantes da sua época, Nietzsche, Rilke e Sigmund Freud é descrita por Nietzsche "de longe, a pessoa mais brilhante que eu conheci".

“Ouse, ouse... ouse tudo!!
Não tenha necessidade de nada!
Não tente adequar a sua vida a modelos,
nem queira você mesmo ser um modelo para ninguém.
Acredite: a vida dar-lhe-á poucos presentes.
Se você quer uma vida, aprenda a roubá-la!
Ouse, ouse tudo! Seja na vida o que você é, aconteça o que acontecer.
Não defenda nenhum princípio, mas algo de bem mais maravilhoso: algo que está em nós e que queima como o fogo da vida!!"
Lou Andréas-Salomé

sabato, luglio 15, 2006

à descoberta

Em bom português, é isto que todos nós procuramos, ansiamos, desejamos e rastejamos uma vida inteira para conseguir:
Sinecura!

analogias

O hi5, um grande frasco de álcool onde se conservam imagens, perfis, pessoas.

mercoledì, luglio 05, 2006

âmago 6

"No silêncio forma-se o talento. Mas o caráter, no turbilhão do mundo."

Goethe

âmago 5

"Era necessário que um rosto
Respondesse a todos os nomes do mundo."

Paul Éluard, L’Amour, la poésie

martedì, luglio 04, 2006

Memorables Quotes

As Good As It Gets

"I might be the only person on the face of the earth that knows you're the greatest woman on earth. I might be the only one who appreciates how amazing you are in every single thing that you do, and how you are with Spencer, "Spence," and in every single thought that you have, and how you say what you mean, and how you almost always mean something that's all about being straight and good. I think most people miss that about you, and I watch them, wondering how they can watch you bring their food, and clear their tables and never get that they just met the greatest woman alive. And the fact that I get it makes me feel good, about me."

lunedì, luglio 03, 2006

domenica, luglio 02, 2006

Exposição (Conclusão)

Agora vejo… Vejo a bagunça que nestes espaços habita, a infinidade de informação que sobre nós cai e dentro de nós se confunde. Informação que por nós não se processa, informação que sai de dentro de nós sem ser digerida, sem nos apercebermos se quer que a absorvemos, que a engolimos.
Então, que retivemos nós do que nos foi mostrado?
Cabe aqui o conceito de exposição?
Sobre a ordem logística necessária para organizar uma linha de pensamentos na visualização e desfrute de uma exposição são encontradas várias alternativas na disposição dos diversos elementos dentro da exposição. Recrio assim, sobre este espaço, uma organização mental dos elementos nele existentes, concluindo que vulgarmente sou uma borboleta buscando a disciplina e organização de uma formiga.
Exposição…como defini-la?
Para mim, ambos os espaços são espaços de exposição permanente, por onde passam exposições efémeras mas onde o Ver é dirigido aos espaços como um Ver contemplativo, de fruição, de admiração. Aqui o olhar do espectador pode ser fotografado como se este estivesse num museu ou sentado numa cadeira numa sala de cinema a Ver um filme. Refiro-me aquelas expressões de sobrancelhas contraídas de interrogação ou aos olhos abertos e queixo descaído de admiração.
Agrupei em várias famílias de elementos cada imagem que retive e da exposição constante que é a faculdade (ou convento de são Francisco) e o chiado, criei as minhas exposições pessoais de cada espaço. Exposições estas, que podem ser reinventadas por outros ou até criadas novas exposições.
Caminho no chiado… até as pessoas que estão sentadas na esplanada da Brasileira fazem parte desta exposição, também elas estão ali a serem Vistas e fotografadas, também elas (pessoas circunstanciais ou habitues) estão em exposição.
Caminho na faculdade… também aqui as pessoas são alvo de atenção; a conhecida imagem alternativa dos alunos de belas artes é fruto de uma exposição, a imagem antiga dos monges com os seus hábitos foi em tempos uma exposição e até mesmo quando entro na sala de desenho para ter aula e Vejo o modelo nu, rodeado de holofotes e cravado com o nosso olhar atento reparo que também ele está em exposição.
Então este conceito define-se da imagem, da forma empírica ou organizada como o interpretamos. Não é apenas mais uma palavra no dicionário.
Aplico assim nestes espaços o meu conceito de borboleta.
Borboleta…?
Explicação:
relativamente a espaços de exposição
1 – circuito de formiga → corredor recto que para se Ver o elemento B se tem de passar pelo elemento A.
2 − circuito de gafanhoto → sala grande em que podemos seleccionar o que se Vê passando o elemento A para se Ver o elemento B sabendo que podemos voltar a Ver o anterior.
3 – circuito de borboleta → espaços a céu aberto em que há pistas para se chegar de uns elementos aos outros em que o percurso é uma descoberta pessoal.
E assim nos é exposta uma ideia, um significado. Mas tal como na escrita simples de um poeta bucólico de espécie complicada também os espaços existem para fruirmos da sua característica especial de singularidade e não para pensarmos sobre eles.
Que importa se somos formigas, gafanhotos ou borboletas? Cada espaço tem as quebras necessárias entre cada tipo de informação para a próxima ser absorvida não como continuidade da anterior mas como uma novidade a adquirir.
Volto então a olhar para as imagens que captei e sinto necessidade de as voltar a misturar, afinal, também nós, seres humanos, não estamos compartimentados. Somos o nosso individual e único sistema de organização na confusão que é a descoberta dos nossos elementos constituintes para posteriormente ou permanentemente expormos a imagem de nós a nós próprios e ao mundo que nos rodeia.

******REFLEXÃO*****

Releio o texto e sinto necessidade de uma ideia simplificada…
Recorro então ao Poeta!

O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de, vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...

(...)


Alberto Caeiro, O Guardador de Rebanhos

Exposição (Introdução)

(O que vemos quando percorremos o chiado e entramos na faculdade de belas artes? Houve uma busca incessante de respostas para a palavra exposição quando passamos nestes sítios e tudo nos é exposto! Aqui vos deixo o meu trabalho de profunda observação de ambos os espaços.)



Expor, exposição, exposto, expressar ,expressivo, expresso, STOP!
Há uma busca excessiva nas palavras quando a definição não está num dicionário.
No início, a deambulação obrigatória; depois, a escolha apressada de um tema; passear, passear, fotografar, passear, passear…nada! Da minha busca incessante de imagens de coincidências, de semelhanças obvias ou diferenças extremas resultou apenas um conhecimento profundo do espaço (não propriamente do que o preenche).
Chiado, faculdade, faculdade, chiado, (convento de são Francisco), mas que semelhanças podem existir? Tantas! E tão poucas…clichés.
A procura ainda não findou.
(ponho então a mão na testa )CULTURA VISUAL!
Claro!
Olho para tudo. “Tudo” convive no mesmo espaço com mais, ou menos harmonia. a sua habitação e ocupação é que muda.
A faculdade, my work place, o chiado, o caminho até ela, o seu espaço de envolvência, the place where I have fun. Olho-os todos os dias mas tal como ás vezes estou num corredor e não numa sala ou estou no chiado e não na faculdade, também a presença dos outros não é constante! o espaço está em permanente mutação. Então é sobre ela que falarei (!) … sobre a presença efémera da exposição dos elementos nestes espaços – a faculdade de belas artes (antigo convento de são Francisco) e o Chiado.
Começa aqui a procura de definição de exposição, de estar exposto, de mostrar algo, de ver….

venerdì, giugno 30, 2006

pensamento do dia

"Saibam copiar! Não ofendam a minha inteligência!"

giovedì, giugno 29, 2006

a explicação

A todos os que chamo ego, pertence apenas a explicação do dicionário:
a parte mais superficial do eu, influênciada pelo mundo exterior através dos sentidos.

ego

Início da Dança Contemporânea

A Dança é celebração, a dança é linguagem. Linguagem para aquém da palavra: porque quando as palavras já não são suficientes, surge a dança.
O que será esta febre, capaz de se apoderar de qualquer criatura e agitá-la até ao frenesim, senão a manifestação, muitas vezes explosiva, do Instinto de Vida, que apenas aspira a rejeitar toda a dualidade do temporal para reencontrar de uma só vez a unidade primeira em que corpos e almas, criador e criação, visível e invisível, se encontram e se fundem, fora do tempo, num só êxtase? A Dança proclama e celebra a identificação com o imperecível. [1]
A dança hoje em dia mantém um elevado nível de actividade encorajado pelo constante aumento da exigência do público. Uma prova disto, é o aumento de receptividade à dança contemporânea ao contrário do que se passava na época expressionista pois a dança contemporânea era mais difícil de apreciar do que o Ballet visto que o Ballet apela ao espectador pelo decorativismo formal, estético e mecanizado dos seus movimentos e não tanto de extroversão sentimental. Doravante, a dança é actualmente diversificada pois há muitos estilos concorrentes ao ballet pela fantasia e glamour tanto no palco como fora dele. E todos estes estilos actuais tiveram a mesma base, a Dança Expressionista.

Dançarina alemã, coreografa e professora de dança, Mary Wigman, cujo seu nome de nascença era Karoline Sofie Marie Wiegmann, inaugurou-se em Hamburgo pela primeira vez com uma audiência alemã como uma nova e verdadeiramente admirável dançarina. Ela tinha perto dos 33 anos e nos anos que se seguiram, ela estabilizar-se-ia internacionalmente como a pioneira de uma original forma de arte: a Dança Expressionista.
Contrária à técnica convencional do ballet clássico, de movimentos padronizados, para Wigman o mais importante eram as emoções do bailarino. Os movimentos livres e improvisados transformavam-se em séries rítmicas e expressivas, acompanhadas em geral apenas de um instrumento de percussão. Devido ao tratamento que dava ás temáticas coreografadas, Wigman foi muitas vezes associada aos pintores expressionistas alemães. Também eles usavam o exagero e a distorção formal para transformar as emoções desagradáveis.
O mito e a psicologia tornaram-se portanto preponderantes na Dança Expressionista tal como esta, se tornou ela própria séria como arte expressiva e não apenas como arte “decorativa”.

[1] Dança, significado encontrado no dicionário de símbolos.

mercoledì, giugno 28, 2006

âmago 4

Um grão de incenso

Entras-te com ar cansado
numa igreja fria e triste.
Ajoelhei-me ao teu lado
- E nem ao menos me viste...

Ficas-te a rezar ali,
Naquela imensa tristeza.
Rezei também , mas a ti,
- Que aos anjos também se reza...

Fias-te a rezar até
Manhã dentro , manhã alta.
Como é que tens tanta fé
- E caridade te falta?...

Augusto Gil, Luar de Janeiro

âmago 3

Se tu viesses ver-me...

Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...

(...)

Florbela Espanca

martedì, giugno 27, 2006

Hi5 - a verdade das mentiras

(Um comentário que me suscitou curiosidade em escrever sobre o tema e este texto deixou de ser apenas um comentário porque achei importante inseri-lo também aqui.)

Sem duvidada o Hi5 é uma forma de encapotar a nossa realidade, podemos ser quem quisermos, darmos a conhecer o corpo, os nossos supostos interesses intelectuais, etc...e de que nos serve tanto cinismo e ostentação. Creio que de muito(!) para aqueles que anda na terra dos sonhos. Iludem os outros com os seus ângulos fotogénicos para serem enganados com piropos já por si baseados em mentiras. Mas, a meu ver o Hi5 não é só isto, é uma questão bem mais complexa. Se calhar e com toda a razão surgiu como fotolog mas hoje em dia é uma forma bem simpática de encontrar pessoas que já não vemos à séculos. Não precisamos de ostentar fotos para mostrar quem somos e sabe sempre bem ser redescoberto por alguém conhecido que já nem nos lembrávamos que existia. Por outro lado, existe por parte de muitas pessoas residentes em países pobres uma tentativa de fuga desses locais, e as propostas de casamento e de mudança de país chovem todos os dias e param na caixa de correio de qualquer um(isto acontece, acreditem), o que torna a questão no mínimo preocupante! No fundo tudo pode ser mentira mas também mentimos quando escrevermos. A escrita é uma forma tão pervertida de conquista como um fotolog (a meu ver), fazendo como é obvio um grande parênteses a todos os que escrevem por prazer, que fazem da escrita a sua forma de expressão, etc. Mas o que é certo, é que nem todas as intenções de quem posta uma foto no Hi5 são de conquista bem como nem todas as intenções de quem posta um texto num blog são de desabafo ou de critica social e nós, os que fazemos o mundo da blogosfera não somos burrinhos de carga com palas porque conseguimos ver as diferenças.

http://naodaporque.blogspot.com/2006/05/hi5.html

pensamento do dia (da noite)

"(...)Aprendi que os sonhos são apenas para tranformar em realidade, desde esse dia que não durmo para descançar... durmo para sonhar."
Walt Disney

Ele faz parte da minha infância, sem ele eu não acordava de manhã a cantar a musica da Pequena Sereia, não tinha escondido a cara quando Branca de Neve come a maçã ou chorado quando o Rei Leão morre e dá o seu trono a Simba. Ele fez-nos acreditar em princesas, em fábulas, na felicidade na infância.
Agora que a infância já lá vai, vale a pena recordar o que nos tinha a dizer o seu eu sério, que com a mesma simplicidade infantil que nos conta uma história nos vai mostrando algumas verdades da vida.

Obrigada pelo texto que me mandas-te "Lolita"(Ri), a criança que há em mim agradece!

sublinhados a lápis 2

"Quando ele olhou os seus olhos negros, os seus lábios indecisos entre um sorriso e o silêncio, compreendeu a parte mais importante e mais sábia da Linguagem que o mundo falava, e que todas as pessoas da terra eram capazes de entender nos seus corações. E isto era chamado Amor, uma coisa mais antiga que os homens e que o próprio deserto e que no entanto ressurgia sempre com a mesma força onde quer que dois pares de olhos se cruzassem como se cruzam aqueles dois pares de olhos diante de um poço."


Paulo Coelho, Alquimista

âmago 2

“Tenho ciúmes de qualquer coisa de obscuro e inconsciente para o qual as explicações são impensáveis e que nós não podemos definir. Tenho ciúmes dos pormenores da tua toilette, das gotas de suor da tua pele, das doenças contagiosas de que o ar está infectado, que podem atingir-te e envenenar-te o sangue. Tenho ciúmes de Komarovski, que um dia te levará para longe de mim, como da doença, como da morte que um dia nos separará. Bem sei que tudo isto te deve parecer um amontoado de razões confusas. Não me consigo exprimir de uma maneira mais ordenada, mais compreensível. O meu amor por ti é infinito, é louco, é de perder a cabeça.”

Boris Pasternak, Doutor Jivago

domenica, giugno 25, 2006

Papeis desempoeirados (último)

Para quê procurar perguntas presas no infinito?
Como encontrar respostas em santos de pedra num altar?

Olho de soslaio para o rosto da vida e não me encontro,
como se água ficasse turva e os meus sonhos permanecessem inertes no ar.
Para onde foi o meu olhar? Já não brilha, já não o vejo(!)…
Desvanecesse o ar à minha volta e eu fico só.
Os meus sonhos já não flutuam e o peso da descrença fá-los aterrar no chão.
Chão este, que todos os dias é pisado e repisado tornando em pó os cacos da minha existência.
De súbito,
acordo com o mundo inteiro a olhar-me…!
Olho para os outros e os mesmos sorriem-me.
Vêem-me e eu vejo-os mas já não sou a mesma,
acordei para a vida e retribuo o sorriso.
Mas os demais não me espelham, não são como eu.
São todos iguais… tão parecidos e confusos,
tão cegos e vaidosos.
São os outros. Os únicos outros que me rodeiam.
Devo segui-los? Enquadrar-me entre os padrões cor-de-rosa da sociedade?
Ou será que posso mudar? Ser diferente, ser eu mesma?
Talvez um pouco de azul…
A paz inunda-me e o roxo instala-se.
Levanto-me e faço barulho mas o mundo não acorda.
Os olhos que me miravam,
estavam eternamente adormecidos no supremo sono da Indiferença.
E afinal, fui eu que nunca adormeci.

sabato, giugno 24, 2006

Memorable Quotes

Apocalyse Now

"I watched a snail crawl along the edge of a straight razor. That's my dream. That's my nightmare. Crawling, slithering, along the edge of a straight... razor... and surviving."

"We train young men to drop fire on people. But their commanders won't allow them to write "fuck" on their airplanes because it's obscene!"

Papeis Desempoeirados

Ouço uma rádio qualquer
na expectativa de não lembrar.
O sonho, o fascínio e a esperança acabaram!
Estou só e sinto falta de alguém que nem conheço.
O tempo apagou a saudade e o sentimento,
aquele por o qual durante anos lutei.
Agora numa casa que não é a minha,
num tempo a que não pertenço,
recordo-me do antes e das fantasias do depois.
Aguardo pela despedida, tudo acabou finalmente.

Acordei deste feitiço e descobri que a realidade embora mais dura,
devolve recompensa e que o sonho são apenas nuvens de algodão sem substrato.

Julho 2002

giovedì, giugno 22, 2006

Regras da Sensatez

Nunca voltes ao lugar onde já foste feliz
Por muito que o coração diga, no faças o que ele diz.
Nunca mais voltes à casa onde ardeste de paixão,
Só encontrarás erva rasa por entre as lages do chão.
Nada do que por lá vires será como no passado
Não queiras reacender um lume já apagado.

São as regras da sensatez
Vais sair a dizer que desta, desta é de vez

Por grande a tentação que te crie a saudade
Não mates a recordação que lembra a felicidade.
Nunca voltes ao lugar onde o arco-íris se pôs
Só encontrars a cinza que dá na garganta nó.

São as regras da sensatez
Vais sair a dizer que desta, desta é de vez
Só mais uma vez

(Rui Veloso)

martedì, giugno 20, 2006

pensamento do dia

Toda a arte é elitista. Democrática é a telenovela.

Como é bom mudar de casa!


(primeira parte)

Quando pensamos que estamos no centro do mundo, que finalmente vivemos "sozinhos" que podemos chegar a casa ás horas que nos convier, que o sol nasce redondo ao meio dia e a faculdade fica a 10 minutos a pé, começam os contras. Aqueles contras sobre os quais nunca tinha pensado..
Mudar de casa começa a ser o meu forte, ando a ver se bato o recorde do Guinasse em fazer e desfazer malas, caixotes e afins.
Não vou contar toda a minha história de casas pois seria 1 bocadinho longa, mas esta ultima mudança foi engraça e quem sabe se não me preparo para uma próxima, é que como dizia o poeta "eu só estou bem a onde não estou"(António Variações).
Uma residência universitária pode ser a melhor experiência do mundo não desminto.
Conheci imensa gente que me ajudou a dar os primeiros passos na faculdade, aqueles jantares de “família”, ou os jogos de cartas até ás tantas. As anuais ou semestrais reuniões de "condomínio"..e as FESTAS!
Pois, tenho saudades, é verdade que tenho! Mas nem tudo são rosas.
Só quem lá vive é que sabe o que é acordar e mudar da cama para o chão do corredor à porta da casa de banho agarrada à almofada, à espera de vez.. e quando abrimos 1 olho e vemos luz a sair da WC, é a luz do paraíso! A porta ao fim de horas abriu-se! Percebo então, que só podia ser um ser do sexo masculino a sair de lá de dentro. Sim, acreditem ou não, vivi com vários naquela residência porque era mista e infelizmente não partilhava a casa de banho apenas com raparigas, e todos eles demoram mais tempo que nós na casa de banho! Deixam tudo sujo.. mas por acaso no dia em que tive mais tempo à espera, quem saiu, ainda de toalha enrolada, teve a amabilidade de voltar a fechar a porta com uma frase simpática "Ah ‘tás à espera, desculpa, ainda é cedo e não pensei que já ai estivesse alguém. ‘Pera 2 minutos que eu limpo tudo!". E lá teve ele, de balde e esfregona ás 7h da manha a lavar o chão para eu ir tomar banho.
Fazer o jantar também se tornava complicado porque era 1 fogão por piso..imaginando que cada piso tem umas 10 ou 15 pessoas era dramático.. mas também as jantaradas em conjunto eram agradáveis, diria mesmo bastante agradáveis! Obvio será dizer, que o tema de conversa descambava sempre para o sexo, porque ás horas a que se jantava, estudantes, residência universitária..acho que não é preciso dizer mais (mas atenção, também muitas conversas interessantes se geraram, porque alem dos diferentes cursos em que os alunos estavam inscritos e da enorme troca de conhecimentos, também convivíamos com os Erasmos que ficavam lá alojados).
Mas no final do jantar ainda o melhor era quando os meninos se ofereciam para lavar os tachos :)
Já partilhar um quarto minúsculo foi tarefa complicada...
A minha mini secretaria, com a minha mini estante, sem estirador e a minha mini cama com o meu mini roupeiro(mobiliário estandardizado para todos os quartos) não me permitiam grande expansão e os desenhos A1, se querem saber, nem sei onde os punha...
Era triste sim, chegar tarde e não fazer barulho, vestir-me e despir-me ás escuras, acordar de manhã porque a outra pessoa é de outro curso e tem aulas ás 8h (ainda o pior era o barulho do secador do cabelo). Foi situação à qual nunca me habituei. Sou ciosa do meu espaço e ali não o ia conseguir conquistar.
Também me dava bem com as salas de estudo, excepto no Inverno que eram geladas porque se ligasse algum aquecedor com um computador já ligado, lá se ia a luz. Mas como ficavam na esquina do prédio, a vista para a rua e a entrada de luz era maior. Não tinha apenas vista para a janela da imprensa nacional com os diários da republica todos a sair em debandada como era o caso da vista do meu quarto(foto). Ali já via o jardim Botânico, quem passava e se me chegasse à janela até via o Tejo. Era sem duvida o sitio mais simpático para se estar. Claro que, havia quem tivesse sorte em ter um quarto individual, mas até o conseguir, esses alguém(s) passaram tês anos sem ele e conquistá-lo é quase prémio de fim de curso..
Por outro lado, a funcionaria que nos fazia a limpeza dos quartos conseguia mudar tudo quanto eram caixas e livros de lugar, mesmo com um espaço mínimo para o fazer!
Mas o que hei-de recordar para sempre eram aquelas 6º feiras e os sábados à noite. Quando não ia sair, os meus vizinhos de baixo conseguiam pôr-me sempre bem disposta mesmo estando a estudar ou com dores de cabeça. É que para mim, que vivia no 1º andar, era impossível não me animar com quem entrava e saía da mítica porta que se avizinhava um pouco ao lado da minha janela, a porta do Trumps.
Pois é, os dias passaram, e eu mudei-me.

Como é bom mudar de casa!


(segunda parte)

Agora os vizinhos não me incomodam, não ouço carros, estou longe do mundo e vivo num sitio onde há quem diga "ninguém merece". Realmente, passei a estar a 45min da faculdade, sair à noite é uma confusão porque Lisboa a partir da 1.30h da manhã morre para o mundo! Deixam de existir transportes públicos e a gasolina não anda propriamente ao preço da chuva. Faço todos os dias a linha mais temida de sempre ou então, tenho a alternativa do maior parque de estacionamento do país, o IC19. Passear a pé só nos jardins do palácio, e sair nas redondezas só para a Fábrica da Pólvora(5*), único sítio nocturno que salva a região.
Nesta situação, só me apetece dizer..pois..
Mas pensando melhor, aqui tenho um quarto só para mim (visto que na condição de estudante em que estou, ter casa é só para quem casa, nem sempre, mas enfim) e quando subo os 10 andares de elevador, deixei de pertencer à linha de Sintra, porque afinal eu mereço!
Aqui, no andar mais alto, do prédio mais alto, do monte mais alto, vejo o mundo que antes me estava tão perto e que agora me preenche o horizonte, qual Rapunzel no alto da sua torre.
Sentada, olho à minha volta, e para lá das cortinas só as estrelas preenchem o espaço exterior que a minha janela encerra. E, quando me levanto, repouso o olhar até onde ele consegue chegar, vejo o mundo, vejo o nascer do sol antes de qualquer um, vejo o rio, o tempo nublado que está aqui e o sol que já faz em Lisboa.
Posso demorar 45minutos a chegar à minha tão amada cidade mas daqui vejo-a melhor do que quem lá vive.
Está provado que a linha de Sintra pode ser a pior do país, mas só quem vive no Monte Abraão tem a ventura de encontrar o tão famoso tesouro que está a traz do arco-íris!

domenica, giugno 18, 2006

Papeis Desempoeirados

Puzzle

Um puzzle, descrição de ti!
Aqui te concretizo,

No tempo da construção, o retrato da tua paciência;
em cada peça parte de ti.
Com elas construo beijos, gestos, olhares e sorrisos.

Na segurança da colocação de cada peça,
a tua força e determinação.

Nas margens que o delimitam, enquadro o teu valor.
À montagem e desmontagem,
associo a tua persistência e versatilidade.

Até na possibilidade da perca de uma peça,
(que é uma constante em todos os puzzles)
vejo a tua loucura e através dela revejo-me em ti.

E tal como num puzzle,
onde cada peça é essencial para a sua construção,
também a nossa relação foi construída com mil peças,
cada uma mais importante que a seguinte.

Metade das peças são parte de ti,
a outra igualdade pertence-me a mim.

SFA

pensamento do dia

A Dança é celebração, a dança é linguagem. Linguagem para aquém da palavra: porque quando as palavras já não são suficientes, surge a dança.

sabato, giugno 17, 2006

Memorable Quotes

Living here day by day, you think it's the center of the world. You believe nothing will ever change. Then you leave: a year, two years. When you come back, everything's changed. The thread's broken. What you came to find isn't there. What was yours is gone. You have to go away for a long time... many years... before you can come back and find your people. The land where you were born. But now, no. It's not possible. Right now you're blinder than I am.
Who said that? Gary Cooper? James Stewart? Henry Fonda? Eh?
No, Toto. Nobody said it. This time it's all me. Life isn't like in the movies. Life... is much harder.



Memorable Quotes

She believed in enchanted evenings, and she believed that a small cloud passed overhead and cried down on a flower bed, and she even believed there was breakfast to be had...
where?
On Pluto. The mysterious, icy wastes of Pluto.


venerdì, giugno 16, 2006

forma de expressão

Esta é a minha forma de expressão! Seja critica, poética, cinéfila, musical, literária ou parva.
Não quero entrar no mundo da blogosfera pela porta dos fundos, como a empregada que só acata ordens. Não quero apenas ler o que aqueles que andam aqui à mais tempo, têm a dizer. Não sei se alguém passa os olhos por esta página mas é nela que começo a minha digressão.
O que havia a dizer do mundo, do amor, da vida, da guerra, da politica, dos hábitos rotineiros, já foi dito! Provavelmente não vou acrescentar nada, mas anonimamente em voz baixa me vou manifestando!
Não li o suficiente para saber se estou a ser repetitiva ou plagiadora. Toco no teclado e olho para uma pagina de blog como uma criança quando agarra num papel e numa caneta para aprender a desenhar as letras do alfabeto. As milhares de paginas que escrevo em papel, rabiscos, notas, o meu diário em folhas soltas, perde-se no tempo com o desgaste do papel, com a minha desarrumação entre o pó que as caixas onde guardo esses papeis, vão ganhando. Aqui não procuro respostas mas as “caixas” também não ganham pó. E se hoje estou feliz porque alguém chegou até mim e me deixou um comentário, ainda por cima à descrição de um dia, talvez um pouco atarefado mas apenas a descrição do dia de uma anónima, ainda mais feliz estou porque quem leu o que escrevi não o fez para avaliar o que eu tinha para dizer.
Não preciso de dizer que livros li, que filmes vi, que musica mais gosto e qual é o meu prato favorito para ser admitida no meio, mas gosto de partilhar experiências como “carneirinha” do Zodíaco que sou! E se há imagens, palavras, sons ou gestos que me arrepiam, tento prolongar esse arrepio até aqui para um dia me lembrar como tudo começou.

mercoledì, giugno 14, 2006

"la pedrera"

Os entrelaçados caminhos "Gaudianos" que nos prendem na imença teia artística que é Barcelona.
http://www.olhares.com/samicas

âmago 1

As estrofes de amor, a quem o sinta,
Dão um trabalho cheio de tormento;
O tenebroso líquido da tinta
Apaga, rouba a cor ao sentimento.

Augusto Gil, luar de janeiro

sem comentários

- 7a.m. acordar - almada
- café da manha num café local con mi mdrecita
- barco ( é tão bom ouvir as ondas a bater no casco do barco e olhar a calma do rio, relaxando um pouco quando ao olhar a ponte a fila de carros é interminável. o stress dos outros traz-me um pensamento passífico enquanto sou embalada naqueles 7 minutos de viagem)
- cais do sodre(15min à espera da lolita)
- faculdade B.A.( biblioteca)
- café no rato com a lolita
- 11a.m. Italiano - rato (encontro com o mi)
- (até logo lolita)
- regresso ao chiado (loja ortopedica - baixa)
- almoço no restaurante do elevador de sta.justa
- durante o almoço encostados à janela do restaurante vimos a grande caravana das noivas de santo António ainda solteiras sorridentes com as suas respectivas madrinhas (inicialmente e do ângulo em que estava pensei que se tratasse de uma manifestação de policias porque vi varias motas da policia a andarem em marcha lenta com os 4piscas ligados)
- comboio para cascais (cais do sodré)
- passeio de carro pelo guincho (visto que sair seria quase impossível devido ao vento) para ponderar se ainda iria a praia nesse dia..ainda me espantei como havia pessoas a andar de bicicleta como o Olavo Bilac.
- casa do Mi..fazer tempo para nem sei bem o quê...(entre o PC e a cusquice das discussões que se passavam lá por casa, lá ia o tempo passando)
- 7p.m tomada de atitude, sair - casa (mudar de roupa para ir para os santos)
- enorme fila mas 1 bom lugar de estacionamento no Picoas plaza)
- 9.30p.m começaram
- comercio
- mercados
- mouraria
- bairro alto
- Alcântara
- dores de costas e muita fome
- rua do coliseu a baixo...humm, ok sardinha a 6.30.. pode ser, ficamos!
- (horas já não sei)
- as marchas ainda continuam, mas nós já vamos a caminho do rossio
- e no entretanto o meu primeiro manjerico!
- rossio...ah..pois, voltar para traz.. avenida da liberdade, elevador da glória
- subira até ao príncipe real (passaram largos minutos de descanso lá em cima..)
- largo Camões + amigas e decisão de um futuro sitio para poisarmos (entretanto onde é que já vai o pequeno almoço com a minha mãe que lá foi para Évora)
- ruas a caminho do elevador da bica, paragem num café, quem dançasse tinha direito a uma salsicha, e lá foram as duas malucas dançar eu é que ainda tinha as sardinhas à porta do estômago
- prosseguimos, cantar cantar....festas abertas em casas particulares..ah quem ofereça pão, chouriço, jolinhas..
- caminhada para o Adamastor, festa de hip-hop da redbull
- descer, descer, subir ,subir, muita confusão..
- na confusão lá chegamos, e ainda de manjerico na mão, lá estive na festa a tirar partido do que de mais gosto fazer ,dançar!
- entre a 7 e picos (sangria engarrafada, mais conhecida como 7 e vil ou vil para os mais próximos) e a imperial, lá se passou o tempo
- voltamos outra vez a deslizar na confusão e encontramos gente conhecida "olá bons santos beijinhos"
- e sentados felizes e a cantar estivemos a moer o juízo uns dos outros enquanto descansávamos as pernas numa daquelas ruinhas agradáveis ao lado daquele tão fabuloso miradouro que é o Adamastor
- começamos a caminhada de regresso para o carro
- calçada do combro, largo Camões, rua garrete, rossio, restauradores, Av. liberdade...ainda muita gente..e eram agora 2.30am..
- como me arrependi de não ter levado a máquina fotográfica, apesar de ainda haver muita gente na rua, o brilho dos papeis que voaram quando se deu a apresentação das marchas estavam agora a atapetar toda a avenida, ao fundo visto dos restauradores estava o marquês, com muitas luzes amarelas dos carros vassouras que vinham com os jactos de agua, os aspiradores que não sugam mas afastam a sujidade, faziam-se transportar por inúmeras pessoas que juntavam esforços para que toda a cidade ás 7 da manha estivesse mais limpa do que antes da festa. as purpurinas voltaram então ao ar, os papeis coloridos e brilhantes também, e agora no silêncio onde só se ouvia o barulho da limpeza, tanta cor parecia magia, e nós a caminhar no meio da avenida ilusão
- está quase... estamos no marquês, já faltou mais.. não sentia nem os pés nem as pernas, o meu pensamento estava na minha cama ou em outra qualquer mais próxima que me acolhesse e me desse descanso.
- Picoas finalmente outra vez...
- éramos 5, entramos no carro e como sempre os do banco de traz ferraram olho, fui conversando com o mi incrivelmente sem sono. - vou ficar a cascais hoje..
- então lá fomos, os 5 a caminho de cascais, cada 1 em sua casa, só desejava dormir.
- 4a.m. o sono tão esperado tranporta-me para outras realidades, faz-me esquecer os quilómetros percorridos entre transportes e pés que percorri durante todo o dia.

uma pequena ressalva: apenas com dois raminhos partidos, a quadra um bocado torta e o vaso rachado o meu manjerico sobreviveu de mão em mão aos quilómetros a pé e à festa de hip-hop! quem diria que hoje apanhei o barco ás 9h para o cais do sodré...

martedì, giugno 13, 2006

o dia de ontem foi uma odisseia..nem tenho resistência para contar mas quando tiver vou por tópicos deixar a lembrança deste dia..
Infelizmente o tempo hoje mudou e depois de um almoço ás 5pm tirou-me o animo para o ultimo dia na rota dos livros..inevitávelmente já iria ser tarde e já lá não estará ninguém...

sabato, giugno 10, 2006

silêncio

Sento-me naquela esplanada, estava ansiosa.
Talvez um café para passar o tempo...
Uma conversa a quatro bastante agradável,
Mas,
Rodeada de livros silenciosos, não ouvia a conversa.
Sentia apenas as vibrações da minha voz muda a ecoarem no vazio do meu estômago, agora forrado de café, que fazia aumentar a ansiedade e a vontade de me levantar e ir conhecer aquele lugar á sombra.
A distancia diminuiu e eu agarrei na minha nova aquisição, comecei a desfolha-lo.
Entrei na conversa sem conseguir articular palavras coerentes para formar uma frase.
Olhei para a sombra e a distancia já tinha aumentado.
O ar dissipou-se (ultimamente tem sido frequente),
Deixei novamente de ouvir a conversa e voltei á companhia das silenciosas e inúmeras páginas de sabedoria que me rodeavam.
Quando olho para a sombra, o tempo esgota-se mas, regresso á realidade porque são quase oito horas e o jantar tem de ir para o forno.
No entanto,
Aqueles dois segundos mágicos, em que pensamos á velocidade da luz antes de entrarmos de novo na consistência e angustia do passar do tempo (como as ultimas vezes que mastigamos uma pastilha antes de a tirar da boca), pareceram-me uma eternidade.
Naqueles dois segundos, em que estava no limbo do silêncio dos livros e no barulho de fundo que já começava a incomodar,
Apenas pensei: ali está uma utopia (sorri). Como é bom ser apenas uma utopia (!) Permite-me estes rasgos de sonho, estas escapadelas da realidade.
Levanto-me de rompante daquela cadeira verde que me prendeu durante alguns largos minutos e viro costas ao sonho.
Olho uma última vez para aquela sombra fora da minha realidade,
Subo a relva com certeza nos meus passos e sou Feliz!

giovedì, giugno 08, 2006

Pensamento do dia

Não há bela sem se não.

martedì, giugno 06, 2006

lunedì, giugno 05, 2006

sublinhados a lápis 1

" O fardo mais pesado esmaga-nos, verga-nos, comprime-nos contra o solo. Mas, na poesia amorosa de todos os séculos, a mulher sempre desejou receber o fardo do corpo masculino. Portanto, o fardo mais pesado é também, ao mesmo tempo, a imagem do momento mais intenso de realização de uma vida. Quanto mais pesado for o fardo, mais próxima da terra se encontra a nossa vida e mais real e verdadeira é.
Em contrapartida, a ausência total de fardo faz com que o ser humano se torne mais leve do que o ar, fá-lo voar, afastar-se da terra, do ser terrestre, torna-se semi-real e os seus movimentos tão livres como insignificantes."
insustentável leveza do ser

domenica, giugno 04, 2006

pensamento do dia

breve explicação:
chegado o verão note-se a quantidade de papelinhos que voam (senhas de autocarro, bilhetes de cinema, talões de supermercado) com um numero de telefone apontado muitas vezes com um smile.
sobre este assunto, que se debatia à hora da refeição acoplado a outros assuntos que também estavam em prato do dia, como aquelas pessoas que se banham no mar entre a praia grande e Carcavelos e que por acaso também vivem por ai, saiu-se o meu pai com esta:
(fim de nota introdutória)

imaginem aquelas pessoas que têm o nome floreado com DE(s) e E(s)
exemplo:
Maria Constança Albertina e Mendes de castro Oliveira de Bagina
( e agora imaginem uma rapariga enfim, morena com a marca do biquini, biquini cor-de-rosa...a dar o seu numero de telefone a um simpático rapaz escultural com uns calções azuis turquesa ás flores brancas igualmente moreno, que a tinha salvo de um afogamento de banhos de sol pondo-lhe creme nas costas)
(rapariga said) olá! o meu nome é Constança(...) e o meu número de telefone é o(e agora sim vem o pensamento do dia):
92 de 574 de 8 e 2 de 1 e 3 .

sabato, giugno 03, 2006

No Metro

Agora não foi a hora,
ontem não foi o dia,
amanhã será futuro.
Estas horas separam-se do tempo, o tempo de um olhar que reflecte horas de cumplicidade e as horas de cumplicidade são intervalos no natural decorrer do tempo.
Esse olhar lê-me a alma, esse olhar penetra-me com a força de uma arma abrasiva que como uma doença crónica me corrói.
Ontem não foi o dia,
agora não é a hora (mas e o tempo?).
Só agora, na hora da escrita percebo que foi mais um dia e não foi o dia...
a contagem de tempo começou...
tic tac tic tac tic tac...
Os compassos descoordenados do coração, correm à frente dos segundos.
O ponteiro atrasa-se sempre, tenho que esperar que me ultrapasse para este compasso abrandar.
São mil ritmos à minha volta, o barulho do relógio, os meus passos apressados, o som do meu coração. A confusão instala-se, o barulho é infernal.
Olho-te...! Imploro-te calma, imploro-te ar, imploro-te tempo.
Mas tudo se desmorona.
O ar dissipa-se e o coração acelera.
O teu silêncio penetrante rebenta-me os tímpanos, já não me consigo ouvir.
Onde estás tu razão?

pensamento de alguns dias a traz

"a inteligência é afrodisiaca"

pensamento do dia

Jantar no Hard Rock café ao som do "y.m.c.a." com direito a famosa coreografia e um "wau!" da empregada que nos pôe os pratos na mesa e se vai embora a dançar formando um comboio com os restantes empregados.

auto-retrato (12-02-2002)

Brado á terra e subo aos céus
Peço á água e volto ao fogo!
Sou pessoa de inconstantes...
pondero a vida e o coração.
Mas a linguagem faz-me mentir,
a dinâmica da razão, exalta o ciúme,
fá-lo surgir.
Apaixonada e com certezas,
ás vezes penso que é um culto...
mas engano-me, sou sensata
e a responsabilidade bate á porta
como um pedinte nesta nação.
Mudei e mudo todos os dias,
vivo por impulsos e emoções,
mas estou diferente, mais delicada,
mais astuta, perspicaz, inteligente.
Aprendi com o passado e os erros fazem-me crescer.
A exigência é um dogma(!)
E não nasci para morrer!
(eu vou conseguir)
É o que costumo escrever quando olho para uma página em branco.
Hoje, no dia da inauguração da minha "toca do coelho da Alice" não podia ser diferente.
Quero agradecer a todas as bolas de cotão que tal como eu todos os dias vão rebolando, e vêm aqui desfazer os novelos de cafeína, nicotina e pensamentos entre outros estupefacientes (cada um lá sabe de si).