
A Dança é celebração, a dança é linguagem. Linguagem para aquém da palavra: porque quando as palavras já não são suficientes, surge a dança.
O que será esta febre, capaz de se apoderar de qualquer criatura e agitá-la até ao frenesim, senão a manifestação, muitas vezes explosiva, do Instinto de Vida, que apenas aspira a rejeitar toda a dualidade do temporal para reencontrar de uma só vez a unidade primeira em que corpos e almas, criador e criação, visível e invisível, se encontram e se fundem, fora do tempo, num só êxtase? A Dança proclama e celebra a identificação com o imperecível. [1]
A dança hoje em dia mantém um elevado nível de actividade encorajado pelo constante aumento da exigência do público. Uma prova disto, é o aumento de receptividade à dança contemporânea ao contrário do que se passava na época expressionista pois a dança contemporânea era mais difícil de apreciar do que o Ballet visto que o Ballet apela ao espectador pelo decorativismo formal, estético e mecanizado dos seus movimentos e não tanto de extroversão sentimental. Doravante, a dança é actualmente diversificada pois há muitos estilos concorrentes ao ballet pela fantasia e glamour tanto no palco como fora dele. E todos estes estilos actuais tiveram a mesma base, a Dança Expressionista.
Dançarina alemã, coreografa e professora de dança, Mary Wigman, cujo seu nome de nascença era Karoline Sofie Marie Wiegmann, inaugurou-se em Hamburgo pela primeira vez com uma audiência alemã como uma nova e verdadeiramente admirável dançarina. Ela tinha perto dos 33 anos e nos anos que se seguiram, ela estabilizar-se-ia internacionalmente como a pioneira de uma original forma de arte: a Dança Expressionista.
Contrária à técnica convencional do ballet clássico, de movimentos padronizados, para Wigman o mais importante eram as emoções do bailarino. Os movimentos livres e improvisados transformavam-se em séries rítmicas e expressivas, acompanhadas em geral apenas de um instrumento de percussão. Devido ao tratamento que dava ás temáticas coreografadas, Wigman foi muitas vezes associada aos pintores expressionistas alemães. Também eles usavam o exagero e a distorção formal para transformar as emoções desagradáveis.
O mito e a psicologia tornaram-se portanto preponderantes na Dança Expressionista tal como esta, se tornou ela própria séria como arte expressiva e não apenas como arte “decorativa”.
[1] Dança, significado encontrado no dicionário de símbolos.
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