martedì, giugno 20, 2006

Como é bom mudar de casa!


(primeira parte)

Quando pensamos que estamos no centro do mundo, que finalmente vivemos "sozinhos" que podemos chegar a casa ás horas que nos convier, que o sol nasce redondo ao meio dia e a faculdade fica a 10 minutos a pé, começam os contras. Aqueles contras sobre os quais nunca tinha pensado..
Mudar de casa começa a ser o meu forte, ando a ver se bato o recorde do Guinasse em fazer e desfazer malas, caixotes e afins.
Não vou contar toda a minha história de casas pois seria 1 bocadinho longa, mas esta ultima mudança foi engraça e quem sabe se não me preparo para uma próxima, é que como dizia o poeta "eu só estou bem a onde não estou"(António Variações).
Uma residência universitária pode ser a melhor experiência do mundo não desminto.
Conheci imensa gente que me ajudou a dar os primeiros passos na faculdade, aqueles jantares de “família”, ou os jogos de cartas até ás tantas. As anuais ou semestrais reuniões de "condomínio"..e as FESTAS!
Pois, tenho saudades, é verdade que tenho! Mas nem tudo são rosas.
Só quem lá vive é que sabe o que é acordar e mudar da cama para o chão do corredor à porta da casa de banho agarrada à almofada, à espera de vez.. e quando abrimos 1 olho e vemos luz a sair da WC, é a luz do paraíso! A porta ao fim de horas abriu-se! Percebo então, que só podia ser um ser do sexo masculino a sair de lá de dentro. Sim, acreditem ou não, vivi com vários naquela residência porque era mista e infelizmente não partilhava a casa de banho apenas com raparigas, e todos eles demoram mais tempo que nós na casa de banho! Deixam tudo sujo.. mas por acaso no dia em que tive mais tempo à espera, quem saiu, ainda de toalha enrolada, teve a amabilidade de voltar a fechar a porta com uma frase simpática "Ah ‘tás à espera, desculpa, ainda é cedo e não pensei que já ai estivesse alguém. ‘Pera 2 minutos que eu limpo tudo!". E lá teve ele, de balde e esfregona ás 7h da manha a lavar o chão para eu ir tomar banho.
Fazer o jantar também se tornava complicado porque era 1 fogão por piso..imaginando que cada piso tem umas 10 ou 15 pessoas era dramático.. mas também as jantaradas em conjunto eram agradáveis, diria mesmo bastante agradáveis! Obvio será dizer, que o tema de conversa descambava sempre para o sexo, porque ás horas a que se jantava, estudantes, residência universitária..acho que não é preciso dizer mais (mas atenção, também muitas conversas interessantes se geraram, porque alem dos diferentes cursos em que os alunos estavam inscritos e da enorme troca de conhecimentos, também convivíamos com os Erasmos que ficavam lá alojados).
Mas no final do jantar ainda o melhor era quando os meninos se ofereciam para lavar os tachos :)
Já partilhar um quarto minúsculo foi tarefa complicada...
A minha mini secretaria, com a minha mini estante, sem estirador e a minha mini cama com o meu mini roupeiro(mobiliário estandardizado para todos os quartos) não me permitiam grande expansão e os desenhos A1, se querem saber, nem sei onde os punha...
Era triste sim, chegar tarde e não fazer barulho, vestir-me e despir-me ás escuras, acordar de manhã porque a outra pessoa é de outro curso e tem aulas ás 8h (ainda o pior era o barulho do secador do cabelo). Foi situação à qual nunca me habituei. Sou ciosa do meu espaço e ali não o ia conseguir conquistar.
Também me dava bem com as salas de estudo, excepto no Inverno que eram geladas porque se ligasse algum aquecedor com um computador já ligado, lá se ia a luz. Mas como ficavam na esquina do prédio, a vista para a rua e a entrada de luz era maior. Não tinha apenas vista para a janela da imprensa nacional com os diários da republica todos a sair em debandada como era o caso da vista do meu quarto(foto). Ali já via o jardim Botânico, quem passava e se me chegasse à janela até via o Tejo. Era sem duvida o sitio mais simpático para se estar. Claro que, havia quem tivesse sorte em ter um quarto individual, mas até o conseguir, esses alguém(s) passaram tês anos sem ele e conquistá-lo é quase prémio de fim de curso..
Por outro lado, a funcionaria que nos fazia a limpeza dos quartos conseguia mudar tudo quanto eram caixas e livros de lugar, mesmo com um espaço mínimo para o fazer!
Mas o que hei-de recordar para sempre eram aquelas 6º feiras e os sábados à noite. Quando não ia sair, os meus vizinhos de baixo conseguiam pôr-me sempre bem disposta mesmo estando a estudar ou com dores de cabeça. É que para mim, que vivia no 1º andar, era impossível não me animar com quem entrava e saía da mítica porta que se avizinhava um pouco ao lado da minha janela, a porta do Trumps.
Pois é, os dias passaram, e eu mudei-me.

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