martedì, luglio 10, 2007

Pára Raios

Andaste entretido com a rega de terrenos pousios
e em vez de árvores, fizeste nascer um enorme lamaçal…
Agora vais rastejar-te neles!… Rasteja-te na lama que formaste!

Se quero?
Só quando a lama secar no teu corpo de roupas rasgadas, coberto de cansaços,
Quando o sol te der a cor da terra e a lua se rir de ti lá do alto..
Só quando chegares a chorar…quando os murmúrios forem soluços…
Quando desejares nunca ter desejado todo o vasto mundo feminino.
Só quando Implorares… Exigires respostas…
Só quando fizeres perguntas ás quais não vou responder,
Então sim, vou querer. Quero querer...
…mas só quando te tornares em nada.
"Vou dar-te apenas o que não queres ter e vais-me amar…"

Imploras agora quereres que nunca quiseste… Quereres…!
Algo tão fútil que nos enche o ego e nos faz rir…
Também quero drogar-me de insónias com nomes adoçados!!!
Também quero os campos de margaridas sobre o Tejo!!!
Também quero mastigar palavras de algodão doce!!!
Também queria querer!!!
Este lamaçal tornou-me numa ilha deserta, numa ilha sem ninguém.

Apresentaste-me o “sem querer”.
E eu faço questão de te apresentar o “não querer”.

1 commento:

Ezkiel ha detto...

Boas

Ilha deserta desprovida de qualquer actividade humana. Gostava de ver agora um poema onde continuasses a concentrar todo o poema em um unico fragmento de tempo cortado tanto do passado como do futuro, arrancado da continuidade do tempo. Com as mesmas caracteristicas deste, gostaria de ver a ser apresentado o "querer" .

Fica bem, apenas é uma proposta :)